COMO EVITAR A MORTE PRECOCE DE UMA EMPRESA FAMILIAR

Paulo Farias / No Comments

Por melhor situação de desempenho financeiro
que a empresa tenha ela não resiste à falta de preparo
dos sócios e à disputa de poder entre eles.
Armando Moreira Júnior

A maior causa da mortalidade das empresas familiares é o conflito gerado pelo choque entre as diferentes crenças do fundador com as crenças dos seus herdeiros.

O fundador, depois de vinte ou trinta anos à frente do negócio, começa a trazer seus familiares para dentro da empresa, sem os devidos cuidados. O primeiro cuidado e importante conhecimento que os membros de uma empresa familiar devem ter é que existem três dimensões atuando, simultaneamente, em torno deles. É certo que o conflito se instalará na empresa, sem os devidos cuidados com cada uma das dimensões, conforme quadro abaixo:

DIMENSÃO

CARACTERÍSTICAS

FAMÍLIA

As pessoas da família se julgam no direito de participar do dia a dia da empresa. Querem um cargo na empresa, com um bom salário. Não querem trabalho, querem apenas um cargo que dê status e prestígio. Normalmente não são preparadas ou treinadas para isso.
A família cresce rápido e surgem novos candidatos a cargos na empresa.

SOCIEDADE

A sociedade cresce à medida que o fundador começa a transferir cotas e/ou poderes para as pessoas da família que estão trabalhando na empresa. Ele o faz com a melhor das intenções, pois acredita que a família ficará reunida buscando a perenidade do negócio. Aí surge uma inesperada realidade. Os herdeiros, sem preparo para assumir funções executivas e que não tiveram a oportunidade de se escolherem como sócios, descobrem que têm apenas afinidades familiares, mas nenhuma afinidade para trabalhar junto. Trocarão acusações entre eles e também acusarão o fundador de ultrapassado e que trava o crescimento da empresa. A harmonia da família começa a ser abalada.
A situação se agrava quando alguns assuntos importantes, tais como estratégias do negócio, não são discutidos porque não querem abalar ainda mais a harmonia da família.
Muita coisa vai para debaixo do tapete.

EMPRESA

Advinha quem paga a conta dessa bagunça?
É isso mesmo.  A coitada da empresa e seus colaboradores, que não são da família, pagam a conta.
Como os sócios evitam discutir assuntos importantes, a empresa vai ficando parada no tempo e perdendo oportunidades de negócio.
À medida que a família cresce, crescem as demandas por maiores retiradas de lucro da empresa.
O problema é, que em 99% dos casos, a empresa não consegue acompanhar o ritmo de demandas da família e acaba distribuindo lucros acima de sua capacidade, que podem levar a empresa a endividamentos impagáveis.

A profissionalização da gestão é a solução para as empresas familiares evitarem a situação acima descrita. O processo de profissionalização trará competências para os fundadores e seus herdeiros. Eles precisam entender que cada dimensão tem a sua importância e deve ter suas necessidades atendidas, de forma profissional e não apenas emocional.

Esse processo não é rápido e, muitas vezes, dolorido. Por essa razão recomenda-se que conte com a ajuda de profissionais experientes nesse tipo de transição.

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